Cultura popular

tessituras de resistência na manifestação dos Cocos de roda

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33148/CETROPv48n2(2024)2284

Resumo

No contexto dos estudos culturais, este artigo tem como objetivo discutir o conceito de Cultura Popular, no recorte da manifestação popular do Coco de Roda em Igarassu, dentro de perspectiva sociológica que compreende a cultura popular como resistente ao mercado e às estruturas de poder dominantes. No aporte teórico, a cultura é compreendida como um sistema de símbolos (Geertz, 1978) construído mediante o processo de socialização, ou seja, trata-se dos costumes, hábitos, códigos e crenças que são aprendidos pelos sujeitos a partir da sua inserção na sociedade (Laraia, 2020). Faz-se necessário compreender a cultura como um processo social e material, de modo que as questões relativas à economia não estão separadas da cultura, compondo uma totalidade indissociável. Nessa ótica, a acepção da cultura está intimamente conectada aos conflitos sociais, às questões políticas e todo o arcabouço das relações de poder presente nas sociedades (Canclini, 1983; Williams, 2011). E a cultura popular como referente às tradições, costumes, usos e memórias das classes populares (Bosi, 2000), em que também prepondera o conflito e se estabelece um limiar entre agência e estrutura. Nesse sentido, a cultura popular é compreendida como tenaz e com capacidade para resistir e construir alternativas contra-hegemônicas (Gramsci, 1995; Thompson, 1998). No que tange à metodologia, utilizamos o método qualitativo (Minayo, 2001), uma vez que intentamos uma investigação dos aspectos simbólicos relativos à vivência dessa manifestação. Como técnica de coleta de dados utilizou-se a estratégia da observação direta e participante, e entrevistas semiestruturadas com fazedores do Coco de Roda em Igarassu. Para a análise de dados, foi utilizada a perspectiva crítica de Guareschi (2014) e análise de conteúdo (Bardin, 1997). O resultado desta pesquisa sugeriu que essas manifestações populares vêm resistindo e contribuindo para a formação de agências participativas, solidárias e contra-hegemônicas. Portanto, o impacto social deste trabalho está em desvelar essas realidade, promover visibilidade para a temática e fortalecer a construção de outros trabalhos e políticas públicas que valorizem a cultura popular como parte do desenvolvimento de uma sociedade humana, integrada e diversa.

Palavras-chave: Cultura. Cultura Popular. Resistência.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Natasha Hevelyn Oliveira da Silva, UFPE

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPE, na linha de pesquisa: Cultura Política, Identidades Coletivas e Representações Sociais. Graduada com Láurea Acadêmica em Bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET - Conexões de Saberes) - Grupo PET Comunidades Populares e Políticas Públicas, entre 2020.2 e 2023.1, programa financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), entre 2022 e 2023. Monitora da disciplina de Introdução à Sociologia, entre 2022.1 e 2022.2. Bolsista do Programa de Bolsa de Incentivo Acadêmico BIA-FACEPE-UFRPE, com supervisão do Prof. Dr. Fábio Bezerra de Andrade, entre 2019 e 2020. Voluntária do projeto de extensão "Cultura, cidadania e educação ambiental para crianças e adolescentes de Igarassu/PE", coordenado pelo Prof. Dr. João Morais de Sousa, em 2019. Voluntária do projeto de extensão "Cultura, cidadania, educação patrimonial e ambiental para crianças de Igarassu", coordenado pelo Prof. Dr. Alexandro Tenório, em 2020. Voluntária do Projeto de Extensão: Cultura, cidadania, educação patrimonial e ambiental para adolescentes e jovens da Região Metropolitana Norte do Recife, no âmbito do edital BEXT de 2021. Idealizadora e gestora do perfil no Instagram "O Eco das Bruxas", com visibilidade para as temáticas de relações de gênero no contexto de linguagem literária. Participação na Olimpíada Internacional de Matemática na Universidade de Harvard, representando o Estado de Pernambuco e o Brasil nos Estados Unidos (2019.1). Atualmente estuda Cultura Popular, gênero e trabalho, e Epistemologias Feministas. 

João Morais de Sousa, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

É bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Paraíba (1992), mestre em Ciência Política (1995) e doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (2001). Pós-doutorado em Desenvolvimento Regional pela Universidade Estadual da Paraíba (2021). É Professor/Pesquisador Titular do Departamento de Ciências Sociais da UFRPE. Diretor do Departamento de Ciências Sociais da UFRPE, no período de 2011 a 2015. Coordenador de Educação Continuada da Pró-reitoria de Extensão da UFRPE de 2007 a 2015. Membro da Academia Igarassuense de Cultura e Letras e no período de 2013 a maio de 2017 foi presidente desta instituição. Atual Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Igarassu. Secretário de Turismo e Cultura de Igarassu/PE no período de 2015 a 2016. Membro do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Igarassu/PE, eleito pela sociedade civil em 2021, para o seguimento Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico. Publicou artigos em diferentes revistas científicas sobre coronelismo e poder local, ensino de ciências sociais, teoria sociológica, lazer e turismo, educação e cidadania, além de livros que discutem o universo da seca, das relações de poder e de trabalho no campo e da cultura popular. Estuda, atualmente, as relações arte, cultura e cidadania; a questão das minorias; educação e desenvolvimento sustentável; desde 2009, é membro do Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Representações Sociais e Educação (GIERSE) e, a partir de 2016, integra o Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências e Contemporaneidade (GECIC). É o Coordenador do Curso de Bacharelado em Ciências Sociais da UFRPE.

Downloads

Publicado

2024-12-06

Como Citar

Silva, N. H. O. da, & Sousa, J. M. de. (2024). Cultura popular: tessituras de resistência na manifestação dos Cocos de roda. Ciência & Trópico, 48(2). https://doi.org/10.33148/CETROPv48n2(2024)2284

Edição

Seção

ARTIGOS