O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO SOB O OLHAR DO ESTUDANTE BRASILEIRO

Autores

  • Cleide de Fátima Galiza de Oliveira "Fundação Joaquim Nabuco"
  • Ana Lúcia Hazin Alencar Fundação Joaquim Nabuco

Palavras-chave:

Sociedade, educação e aprendizagem

Resumo

O Programa Mais Educação, instituído pelo Governo Federal, em 2007, com o objetivo de ampliar a jornada escolar e realizar atividades culturais, esportivas, letramento, matemática e outras, nos contraturnos, é apresentado, nesse artigo, sob a ótica de estudantes brasileiros em survey realizado entre 2014 e 2015. A necessidade de se ter uma escola em tempo integral, em dois turnos, revelou as deficiências materiais, humanas e administrativas das instituições públicas de ensino fundamental. Ao sugerir atividades diversificadas para os dois turnos escolares, o Programa Mais Educação defrontou-se com limitações de espaços para futebol, judô, dança, música e outras linguagens gerando conflito interno entre salas para aulas regulares e o “Mais Educação”, forma usual na fala dos estudantes. Mais tempo na escola requer mais infraestrutura das unidades escolares e melhores condições dos espaços para o desenvolvimento do Programa. Em que pese a precariedade na relação tempo-espaço-qualidade, os alunos realçaram benefícios quanto ao desempenho escolar, disciplina e sociabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Cleide de Fátima Galiza de Oliveira, "Fundação Joaquim Nabuco"

Sociologia da infância e da juventude

Ana Lúcia Hazin Alencar, Fundação Joaquim Nabuco

Sociologia a infância e da juventude

Referências

REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Miriam; CASTRO, Mary Garcia; WAISELFISZ, Júlio Jacobo(2015). Juventudes na escola, sentidos e buscas: Por que frequentam? / Brasília-DF: Flacso - Brasil, OEI, MEC, 346 p. Acesso em: ago.2014.

ALENCAR, A.L.H(2008). Estilo de vida e sociabilidade. Relações entre espaço, percepções e práticas de lazer na sociedade contemporânea. Recife: Fundação Joaquim Nabuco: Editora Massangana.

AUGÉ, Marc (1994). Não Lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. São Paulo: Papirus.

BALL, S(2006). Sociologia das políticas educacionais e pesquisa crítico-social: uma revisão pessoal das políticas educacionais e da pesquisa em política educacional. Currículo sem Fronteiras, v.6, n.2, p. 10-32, jul/dez.

BARBOSA, Maria Lígia de Oliveira (2011). Desigualdade e desempenho: uma introdução à sociologia da escola brasileira. Belo Horizonte, Fino Traço.

BOURDIEU, P. Le capital social(1980). Actes de la recherche em sciences sociales. n. 31, jan.

BOURDIEU, P(2001). Poder, derecho y classes sociales. Bilbao: Desclée.

BOURDIEU, P(2004). Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense.

CASTRO, Adriana de; LOPES, Roseli Esquerdo (2011). A escola de tempo integral: desafios e possibilidades. Rio de Janeiro, Ensaio: Aval. Pol. Públ. Educ., v.19, n.71, p.259-282, abr./jun.

CAVALIERE, A. M.(2007). Tempo de Escola e Qualidade na Educação Pública. Educ. Soc., Campinas, v.20, n.100 – Especial, p.1015 – 1035, out.

------------------------- (2009). Ana Maria. Escolas de tempo integral versus alunos em tempo integral. Em Aberto, Brasília, v.22, n.80, p.51-63. abr.

-------------------------(2014). Escola pública de tempo integral no Brasil: filantropia ou política de Estado? Educ.Soc., Campinas, v.35, n.129, p.1205-1222, out.dez.

COELHO, Hermílio Fernandes Campos (2014). Projeto de pesquisa empírica amostral para avaliação do Programa Mais Educação (Produto 1, Edital 01/2013, Projeto Fundaj/UNESCO). João Pessoa.

CURY, Carlos Roberto Jamil (2014). A qualidade da educação brasileira como direito. Educ. Soc., Campinas, v.35, nº129, p.103-1066, out-dez.

DAYRELL, J; GEBER, S(2015). Os “novos” educadores dos programas de educação integral: uma análise das práticas educativas dos agentes culturais. Educ.rev. Belo Horizonte, v. 31, n.4, out./dez.

EDUCAÇÃO INTEGRAL: texto referência para o debate nacional (2009). Brasília: Mec, Secad, 52 p. (Série Mais Educação)

FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO (2015). Avaliação de Resultados da Gestão e Práticas Pedagógicas do Programa Mais Educação no Brasil. Relatório Preliminar. Sumário Executivo. Recife.

GENTILI, Pablo (2009). O direito à educação e as dinâmicas de exclusão na América Latina. Educ. Soc., Campinas, vol. 30, n. 109, p. 1059-1079, set./dez. Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br> Acesso em: 18 abr. 2016.

GONÇALVES, Antônio Sérgio (2006). Reflexões sobre educação integral. Cadernos CENPEC, n.2, p.129-135.

GOUVEIA Maria Júlia Azevedo (2006). Educação integral com a infância e a juventude. Cadernos CENPEC, n.2, p.77-85.

GUIMARÃES, Lígia (2016). Sem igualdade de oportunidade, não há meritocracia. Valor Econômico, São Paulo, 2 fev.2016a. Disponível em . Acesso em: 18 abr. 2016.

-----------------------------(2016). Desigualdade persiste, apesar de avanços na educação. Valor Econômico, São Paulo, 2 fev.2016b. Disponível em . Acesso em: 18 abr. 2016.

GUPTA, A.; FERGUSON, J. (2000). Mais além da “cultura”; espaço, identidade e política da diferença. In: ARANTES, A. A. (Org.) O espaço da diferença. Campinas, SP: Papirus.

HABERMAS, J. (1989). Teoria de la acción comunicativa: complementos y estúdios prévios: Madrid: Cátedra.

INDA, A.G.(2001). Introducción. La razón del derecho: entre habitus y campo. In: Poder, derecho y clases sociales. Bilbao: Desclée, p.9-60.

LECLERC, G. de F. E; MOLL, J. (2012). Programa Mais Educação: avanços e desafios para uma estratégia indutora da Educação integral e em tempo integral. Educ.rev. n.45, Curitiba, jul./set.

LOPES, Ligiane de Castro; ARAÚJO, Janice Caldas (2012). Avaliação do Programa Mais Educação na rede municipal de Fortaleza: a realidade das escolas da Regional V. XVI ENDIPE- Encontro nacional de Didática e Práticas de Ensino. Campinas, UNICAMP.

MAURÍCIO, Lúcia Velloso (2006). O que se diz sobre a escola pública de horário integral. Cadernos CENPEC, n.2, p.57-67.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC (2013). Secretaria de Educação Básica. Manual operacional de educação integral. Brasília.

MOSNA, Rosa Maria (2014). Avaliação da política pública “Programa Mais Educação” em escolas de ensino fundamental da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul: impactos na qualidade da educação e no financiamento do ensino fundamental. 2014.249 p. Tese (Doutorado) Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.

NÓBREGA, Simone Andrade; SILVA, Maria Angélica (2013). Programa Mais Educação: ampliando quantidades, garantindo qualidades? XXVI Simpósio Brasileiro de Política e Administração da Educação, 27 a 30 de maio de 2013. Recife, PE.

<http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-sinopse-sinopse> Acesso em: out.2015.

PORTARIA NORMATIVA INTERMINISTERIAL nº17 de 24 de abril de 2007. Diário Oficial da União-Seção 1, nº 80, 26 de abril de 2007.

PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO. Passo a passo. Disponível em

REY, F.G. (2012). La subjetividad y su significación para el estudio de los procesos políticos: sujeto, sociedad y política. In: ECHANDÍA, C.P.; GÓMEZ, A.D.; VOMMARO, P. (Org.). Subjetividades políticas: desafíos y debates latinoamericanos. Bogotá: Universidad Distrital Francisco José de Caldas.

RIBEIRO, Ana Clara Torres (1996). Lugares dos saberes: diálogos abertos. In: BRANDÃO, Maria A. Milton Santos e o Brasil: territórios, lugares e saber. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, p. 39-56.

TEIXEIRA, Anísio S.(1967). Educação não é privilégio. São Paulo, Cia Editora Nacional, 2ª ed. Coleção Cultura, Sociedade, Educação, v.10,158 p.

-----------------------------. (1984). O manifesto dos pioneiros da educação nova. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília, v.65, n.150, p.407-425, maio/ago.

----------------------------.(1962). Uma experiência de educação primária integral no Brasil. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.38, n.87, p. 21-33, jul./set.

TEIXEIRA, Inês A. Castro. Da condição docente: primeiras aproximações teóricas. Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 99, p. 426-43, maio/ago. 2007. Disponível em http://.cedes.unicamp.br. Acesso em jul. 2016.

VALLE, I. R.(2013). O lugar da educação (escolar) na sociologia de Pierre Bourdieu. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 13, n.38, p. 411 – 437, jan./abr.

Downloads

Publicado

2018-02-01

Como Citar

Oliveira, C. de F. G. de, & Alencar, A. L. H. (2018). O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO SOB O OLHAR DO ESTUDANTE BRASILEIRO. Cadernos De Estudos Sociais, 32(1), 17–46. Obtido de https://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1676

Edição

Vol. 32 N.º 1 (2017)

Secção

Artigos - Temas livres (CHAMADA REGULAR)

Licença

Direitos de Autor (c) 2018 Autor, concedendo à revista o direito de primeira publicação

Creative Commons License

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

  1. Autores mantém e retém os direitos autorais. Os mesmos concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
  2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.