“A GENTE SAIU DA FEIRA, MAS A FEIRA NÃO SAIU DA GENTE”: AS DISPOSIÇÕES ADMINISTRATIVAS DOS PROPRIETÁRIOS DE LOJAS DE UM CENTRO DE COMPRAS NO AGRESTE PERNAMBUCANO.

Authors

  • Rick Davidson Silva Paiva Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste (GEIA) - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • Marcio Gomes de Sá Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste (GEIA) - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • Denise Clementino de Souza Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste (GEIA) - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Keywords:

Centro de compras. Agreste das confecções. Público lojista. Proprietários de negócio, disposições.

Abstract

Este estudo tem como objetivo compreender as disposições administrativas, que podem ser elaboradas por meio dos diferentes conjuntos de traços e características, dos proprietários de lojas de um grande centro de compras do agreste pernambucano (Nordeste do Brasil). Seus objetivos específicos são: 1) explicitar os traços e as características disposicionais dos proprietários pesquisados; e 2) explorar similaridades e diferenças, em termos de disposições administrativas, no referido público. Apresentam-se alguns aspectos constitutivos do contexto histórico do agreste das confecções e, a partir da perspectiva teórica Pierre Bourdieu (noção de habitus) e de Bernard Lahire (noção de disposições), foram analisados os dados coletados. Realizou-se uma pesquisa de campo, na qual foram aplicados 66 questionários, com proprietários dos negócios, realizadas observações de campo de inspiração etnográfica, entrevistas semiestruturadas e registro fotográfico. Como resultado, foram explicitados os conjuntos de traços e características do público pesquisado, bem como apresentadas algumas das principais similaridades e diferenças observadas entre eles.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Rick Davidson Silva Paiva, Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste (GEIA) - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Graduado em Administração pela UFPE e membro do Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste (GEIA).

Marcio Gomes de Sá, Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste (GEIA) - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Atua como professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Centro Acadêmico do Agreste (CAA-Caruaru). É autor dos livros "Feirantes: Quem são e como administram seus negócios", "O homem de negócios contemporâneo", "Sobre Organizações e Sociedade" e "Frutos do Agreste: Sobre ensino e pesquisa em Administração", todos pela Editora Universitária da UFPE. Concluiu o Doutorado em Sociologia no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade do Minho (UM), Braga-Portugal. No âmbito deste doutoramento, realizou período de estudos na Università di Bologna (2012-2013), Bolonha-Itália, e esteve como pesquisador visitante no Trinity College (2014), Dublin-Irlanda (ambos como bolsista Erasmus). É um dos membros fundadores do Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste (GEIA), hoje tem como principais temas de interesse: gente, negócios e trabalho em contextos periféricos; epistemologia e metodologia em ciências sociais; administração e políticas públicas; organizações sem fins lucrativos e gestão social.

Denise Clementino de Souza, Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste (GEIA) - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Professora Adjunta do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Doutora em administração (PROPAD/UFPE). Foi coordenadora de monitoria e coordenadora setorial de extensão do referido Centro e vice-coordenadora do Núcleo (Departamento) de Gestão. Avaliadora de eventos da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD). Revisora nas revistas Teoria e Prática em Administração (TPA) e Organizações & Sociedade (O&S). Líder do GEIA - Grupo de Estudos e Intervenções do Agreste. Atualmente com interesse nos seguintes temas: mentoria (mentoring); gênero; gente, negócios e trabalho em contextos periféricos.

References

ANDRADE, Tabira de Souza. A estrutura institucional do APL de confecções do agreste pernambucano e seus reflexos sobre a cooperação e inovação: o caso do município de Toritama. Dissertação de Mestrado. João Pessoa: UFPB, 2008.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo, SP: Perspectiva, 1974.

BOURDIEU, Pierre. Entrevistado por Maria Andréa de Loyola. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2002.

BOURDIEU, Pierre. Esboço de uma teoria da prática. In. ORTIZ, Renato (org.). Pierre Bourdieu. São Paulo: Ática, 1994 [1972].

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo/Porto Alegre: Edusp/Editora Zouk, 2007 [1979].

BOURDIEU, Pierre; WACQUANT, Loïc. An invitation to reflexive sociology. Chicago: The University of Chicago Press, 1992.

GEERTZ, Cliford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 2008 [1973].

GOMES, Sueli de Castro. Do comércio de retalhos à feira da sulanca: uma inserção de migrantes em São Paulo. Dissertação de Mestrado [226 f.].Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana, Universidade de São Paulo. São Paulo: USP, 2002. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-13082007-153557/pt-br.php>

LAHIRE, Bernard. Homem plural: os determinantes da ação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

LAHIRE, Bernard. Retratos Sociológicos: disposições e variações individuais. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

LAHIRE, Bernard. Patrimónios individuais de disposições: Para uma sociologia à escala individual. Sociologia, Problemáticas e Práticas. Portugal, n. 49, p. 11-45, 2005. Disponível em: <http://sociologiapp.iscte-iul.pt/pdfs/49/517.pdf>

LAHIRE, Bernard. A cultura dos indivíduos. Porto Alegre: Artmed. [La Culture des Individus], 2006 [2004].

LAHIRE, Bernard. Por uma sociologia disposicionalista e contextualista da ação. In: JUNQUEIRA, Lilia (Org.). Cultura e classes sociais na perspectiva disposicionalista. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2010.

LIRA, Sonia Maria de. Os aglomerados de micro e pequenas indústrias de confecções do Agreste/PE: um espaço construído na luta pela sobrevivência. Revista de Geografia, Recife, v.1, n. 23, p. 98-114, 2006. Disponível em: <https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistageografia/article/view/228657>

________________. O desenvolvimento do aglomerado de micro e pequenas indústrias de confecções do Agreste/PE: as suas inter-relações socioespaciais. Tese de Doutorado [215 f.]. Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco. Recife: UFPE. 2009.

________________. Muito além das feiras: a produção de confecção no agreste-PE. Recife: Universitária UFPE, 2011.

MILANÊS, Renata Bezerra. Uma experiência de desenvolvimento econômico e industrial sem amparo e protecionismo estatal: o caso do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco. In: Conferência Internacional de História Econômica, Encontro de Pós Graduação em História Econômica, 8., 2014, Niterói. Anais... Niterói, 2014.

OLIVEIRA, Roberto Véras de. O Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco: ensaiando uma perspectiva de abordagem. In: OLIVEIRA, Roberto Véras; ARAÚJO, Angela Maria Carneiro (Orgs.). Formas de trabalho no capitalismo atual: condições precárias e possibilidades de reinvenção. São Paulo: Annablume, 2011.

SÁ, Marcio. O homem de negócios contemporâneo. Recife: EdUFPE, 2010.

__________. Feirantes: quem são e como administram seus negócios. Recife: EdUFPE, 2011.

___________. Os filhos das feiras e o campo de negócios agreste. Tese de Doutorado em Sociologia. Braga: Universidade do Minho, 2015.

Serviço brasileiro de apoio às micro empresas . Estudo de caracterização econômica do Pólo de Confecções do Agreste de Pernambuco. Recife: FADE/UFPE; SEBRA, 2003.

___________. Estudo econômico do arranjo produtivo local de confecções do Agreste Pernambucano. (Relatório Final) Recife: SEBRAE, 2013.

SETTON, Maria da Graça Jacintho. A teoria do habitus em Pierre Bourdieu: uma leitura contemporânea. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 20, p.60-70 maio/ago, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n20/n20a05>

SOUZA, Alana. “A gente trabalha onde a gente vive” – A vida social das relações econômicas: parentesco, “conhecimento” e as estratégias econômicas no agreste das confecções. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ, 2012.

SOUZA, Denise C.; MARTINS, Thibério L. D.; PAIVA, Rick D. S.;SÁ, Marcio. Caracterização do Público Lojista de um Centro de Compras no Agreste das Confecções: Tendências Disposicionais e Tensões Administrativas. In: EnANPAD, 41., 2017, Curitiba. Anais... Curitiba: Anpad, 2017.

Published

2018-07-23

How to Cite

Paiva, R. D. S., Sá, M. G. de, & Souza, D. C. de. (2018). “A GENTE SAIU DA FEIRA, MAS A FEIRA NÃO SAIU DA GENTE”: AS DISPOSIÇÕES ADMINISTRATIVAS DOS PROPRIETÁRIOS DE LOJAS DE UM CENTRO DE COMPRAS NO AGRESTE PERNAMBUCANO. Cadernos De Estudos Sociais, 33(1), 32–58. Retrieved from https://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1720

Issue

Section

Artigos - Temas livres (CHAMADA REGULAR)