Escolha racional e greves urbanas no Brasil e em Pernambuco

Abstract

O objetivo deste trabalho é análise da atividade grevista no período 1978-89. Desenvolvemos uma análise quantitativa com dados de alguns institutos de pesquisa no Brasil. O trabalho divide-se em duas partes: primeiro, fazemos a análise das greves tomando o Brasil como unidade de análise. Na segunda parte, analisamos dados referentes a Pernambuco. Procedemos ao teste de seis hipóteses baseadas em diferentes teorias propostas na literatura sociológica para explicar variações na atividade grevista. Para testar estas hipóteses, utilizamos instrumentais tais como estatística descritiva, modelos de regressão simples e múltipla e análise de covariância. Como contribuição aos estudos de greves e, particularmente, de porque elas acontecem, a conclusão permitida por este trabalho vai no sentido de reforçar a teoria da ação coletiva proposta por teóricos da escolha racional – sintetizada na afirmação de que os atores sociais participam de uma ação coletiva depois de um cálculo estratégico de custo- benefício – e no sentido de rejeitar explicações baseadas somente no fator ideológico ou filiação a uma central sindical, no caso do Brasil, mais (CUT) ou menos (CGT) radical. The aim of this paper is to analyze strike activity in the period from 1978 to 1989. We have carried on quantitative analysis based on data supplied by some research institutes in Brazil. The paper is divided into two parts: firstly, we analyze strikes by considering Brazil as a whole; secondly, we analyze data about strike activity in Pernambuco State. We have tested six hypotheses based on several sociological theories in order to explain variations in strike activity. We used descriptive statistics, models of simple and multiple linear regression analysis and covariance analysis. As a contribution to studies on strikes and, particularly, as why they happen, the conclusion arrived at in this work reinforces the theory of collective action proposed by rational choice theorists and allows us to reject explanations of strike activity based solely on ideological factors such as affiliation to a union federation.