Estas memórias...

Autores

  • Edgard Cavalheiro

Resumo

RESUMO Prefácio de A Barca de GIeyre, 1944. Edgard Cavalheiro, neste prefácio, enaltece o valor da vasta correspondência de Monteiro Lobato com Godofredo Rangel, só agora munida em livro. Estas cartas tratam especialmente de livros e autores. De vez em quando uma ligeira incursão sobre assuntos domésticos, políticos ou sociais, mas a preocupação absorvente é quase sempre de ordem literária. O mérito maior desta correspondência reside na autenticidade dos sentimentos nelas impressos. Escreve em 1904 “Tentei arrancar de mim o carnegão da literatura. Impossível. Só consegui uma coisa: adiar para depois dos trinta o meu aparecimento”. “Tenho um defeito grave: espremo e encurto demais o enredo, não esclareço bem... faltam-me tons, passo bruscamente duma coisa para outra, de modo que eu me entendo mas não me entendem os outros”. Prosseguem as cartas e mais confidências! O desânimo, a insatisfação, a perspectiva do fracasso transparece: “Sou incapaz de produzir um conto”. “Creio que não passo de um cronista”. Refugia-se nos livros, lê Anatole, Kipling, Dickens, Shakespeare, Wells. Morre-lhe o avô. Herda uma fazenda, germinam as primeiras sementes de Urupés. Observa que a nossa literatura é fabricada nas cidades por sujeitos que jamais penetraram nos campos. Surge finalmente Urupês. Termina o articulista dizendo: “Não é este o lugar para comentários sobre o que se seguiu à barulhenta estréia que foi a publicação desse livro. . . as cartas ora divulgadas mostrarão o que foram as lutas de mestre Lobato nos vários setores em que empregou sua extraordinária capacidade de trabalho. ABSTRACT These Memories. v. 9, n. 2, p. 217-224, jul./dez. 1981. Foreword of A Barca de GIeyre, 1944. Edgard Cavalheiro, exalts in this foreword the value of the big correspondence between Monteiro Lobato and Godofredo Rangel, only now gathered in a book. These letters treat about books and authors. A light incursion into homely political and social subjects, but the absorbing worry is almost always a literary one. The greatest worth of these letters is in the authenticity of feelings, which are evident in that correspondence. Lobato wrote in 1904: “I tried to eliminate the power of literature in myself. Impossible. I just postponed my appearance to thirty years “I have a serious defect. I squeeze and shorten too much the plot, I don’t enlighten it well ... tunes are lacking, I pass abruptly from one to another one, in a way that I understand myself but the other people don’t understand me”. Letters and more confidences are followed! The discouragement, the unsatisfation, the perspective of the unsuccess appears: “I am unable to write a tale”. “I believe that I am a chronicler and just this.” He shelters himself in the books, reads Anatole, Kipling, Dickens, Shakespeare, Wells. His grandfather died. He inherites a farm, the first seeds of Urupês germinate. He observes that our literature is manufactured in cities by people who never participate in the country life. Urupês finally appears. The columnist ends saying that: “This isn’t the place for comments about what was followed that is, the noisy first appearance of the book. . . the letters which are published now, will show Lobato’s struggle in the several areas where he employed his extraordinary capacity of work. RÉSUMÉ Ces mémoires. v. 9, n. 2, p .217-224, jul./dez. 1981. Préface de l’oeuvre A Barca de Gleyre, 1974. Edgar Cavalheiro, dans cette préface, exalte la valeur de la vaste correspondance de Monteiro Lobato et Godofredo Rangel, seulement maintenant reunie en livre. Ces lettres traitent spécialement des livres et des auteurs. Quelques fois elles s’occupent légèrement des sujets domestiques, politiques ou sociaux mais la principale préoccupation est plus souvent d’ordre littéraire. Le mérite le plus grand de cette correspondence est surtout l’autenticité des sentiments qu’elles contiennent. En 1904, il écrit: “J’ai essayé d’enlever en moi le poid de la littérature. Impossible. Je n’ai réussi qu’à une chose: renvoyer mon début pour trente ans. J’ai un défaut très grave, j’exprime et je résume trop la trame, je n’éclaire pas bien... il me manque des tons, je passe brusquement d’une chose à l’autre, de sorte que je me comprends mais les autres ne me comprennent pas”. Les lettres continuent et encore des confidences! L’abattement, l’insatisfaction, la perspective de l’échec se manifestent. “Je suis incapable de produire une histoire”. “Je crois que je ne suis qu’un chroniqueur”. ll se réfugie dans des livres et lit Anatole, Kepling, Dickens, Shakespeare,Wells. Son grand-père meurt. ll hérite une ferme, les premiers grains do Urupês germent. ll observe que notre littérature est fabriquéê dans les villes par des personnes qui n’ont jamais pénétré dans les champs. Enfin, Urupês surgit. Le chroniqueur conclut en disant: “Ce n’est pas ici le lieu pour faire des commentaires sur ce qui est arrivé après le début bruyant qui a eté la publication de ce livre... les lettres divulguées maintenant diront ce qui ont été les luttes du maître Lobato dans les diverses sections où il a employé son extraordinaire capacité de travail.

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Como Citar

Cavalheiro, E. (2011). Estas memórias. Ciência & Trópico, 9(2). Recuperado de https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/275

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ARTIGOS