Carta a Monteiro Lobato

Autores

  • Oswald de Andrade

Resumo

RESUMO Artigo publicado em São Paulo, em 1943. Carta de confraternização pela passagem dos 25 anos de Urupês. Recorda a época do lançamento do livro de Lobato, em 1918, coincidindo com os primeiros vôos de aviões sobre São Paulo. Lembra que, passados vinte e cinco anos, suas atitudes, aparecem sob o ângulo legitimista da defesa da nacionalidade. Sua luta significava a repulsa ao estrangeirismo afobado de Graça Aranha, às decadências lustrais da Europa podre, ao esnobismo social, que abria os seus salões à Semana de Arte Moderna; temendo que as camadas mais profundas, as estratificações mais perdidas da nossa gente fossem revolvidas por essa “poesia de exportação”. E continua lembrando que ele e Lobato não possuíam os funâmbulos da pesquisa, os trapezistas do documento, as amestradas “equipes”, mas tinham a rua dura para trilhar e a missão dolorosa e sobranceira de dizer o que pensavam . E mais adiante: “você sentiu-se cansado e sentou-se numa calçada rodeado de crianças. E começou a contar histórias”. E até hoje, Monteiro Lobato continua um símbolo vivo da literatura infantil. ABSTRACT Letter to Monteiro Lobato. v. 9, n. 2, p. 195-199, jul./dez. 1981. Article published in São Paulo, in 1943. Congratulation letter with the passage of the 25th years of Urupês. It reminds the age of the appearing of Lobato’s book, in 1918, and at the same time, the first air plane flie over São Paulo. The article also reminds that after twenty-five years, Lobato’s attitudes appear under the legitimist point of nationality defense. His struggle meant a refusal to Graça Aranha’s tendency to foreign things, to the European hypocrisy, to the social snobbishness, which opened its ballrooms to the Semana de Arte Moderna” (Week of Modern Art). Lobato was afraid that the deeper classes of our people were influenced by that “poetry of exportation”. He reminds that he himself and Lobato didn’t have the funambulists of research, the performers of the document and even the well prepared groups to make the work, but they had street to walk along and the painful and distinguished mission of saying what they thought. Following he says “you felt tired and sat down on a side-walk surrounded by children. Then you began to tell stories”. Monteiro Lobato is still a lively symbol of the childish literature. RÉSUMÉ Lettre à Monteiro Lobato. v. 9, n. 2, p. 195-199, jul./dez. 1981. Article publié à S.Paulo en 1943. Lettre de félicitations pour le passage des vingt-cinq ans de Urupês. ll évoque l’époque de la publication du livre de Lobato en 1918, date des premiers vols d’avion sur S. Paulo. ll rappelle qu’aprés vingt-cinq ans, ses attitudes se révèlent sous l’angle légitimiste de la défense de la nationalité. La lutte signifiait une repulsion envers les gallicismes de Graça Aranha; la décadence de l’Europe; le snobisme social qui ouvrait ses salons à la semaine d’Art Moderne, craignant que les couches les plus profondes de la société soient agitées par cette‘poesie d’exportation’. Et il continue rappelant que lui et Lobato ne possédaient pas les funambules de la recherche, les trapésistes du document, les “équipes” domptées, mais il possédaient la rue pour parcourrir et la mission doulourense et orgueilleuse de dire ce qu’ils pensaient. Et plus loin: “Vous vous êtes senti fatigué et vous vous êtes assis sur le trottroir entouré d’enfants. Et vous avez commencé à raconter des histoires”. Et jusqu’aujourd’hui, Monteiro Lobato continue à être un symbole vivant de la littérature enfantine.

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Como Citar

Andrade, O. de. (2011). Carta a Monteiro Lobato. Ciência & Trópico, 9(2). Recuperado de https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/271

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Seção

ARTIGOS