A Igreja e a escravidão no Brasil

Resumo

Examina a posição da Igreja Católica com relação à escravidão negra no Brasil, defendendo que, como um capítulo trágico na colonização portuguesa, o clero foi muito preocupado com a humanização dos escravos. Acentua especialmente o Sínodo da Igreja na Bahia em 1707 como uma importante manifestação do interesse da Igreja Católica em relação ao status social do escravo no Brasil. Admite, contudo, que alguns missionários que pregaram contra a escravidão foram banidos do País, assim como o fato de que mesmo padres seculares e regulares possuiam escravos a seu serviço. Trás à tona, finalmente, o que a Igreja Católica fez e deixou de fazer em favor dos escravos no Brasil. ABSTRACT The Church and the Slavery in Brazil. v. 28, n. 2, p. 219-229, jul./dez. 2000. Examines the position of the Catholic Church in relation to black slavery in Brazil, maintaining that, regarding that institution as a tragic chapter in Portuguese colonization, the clergy was very concerned in the humanization of the slaves. Stresses specially the meeting of catholic priests and bishops which took place in Bahia in 1707 as an important manifestation of the concern of the Catholic Church about the social status of the slaves in Brazil. Admits, however, that some missionaries who preached against slavery were banished from the country as well as the fact that even secular and regular clergymen had slaves at their service. Finally, brings forth what the Catholic Church did and did not in benefit of the slaves in Brazil. RÉSUMÉ L’Eglise et l’esclavage au Brésil. v. 28, n. 2, p. 219-229, jul./dez. 2000. L’auteur examine la position de l’Eglise Catholique en relation à l’esclavage des Noirs au Brésil, en montrant, qu’ à travers ce chapitre tragique de la colonisation portugaise, le clergé fut très préoccupé de l’humanisation des esclaves. Il insiste spécialement sur le synode de Bahia de 1707, marque d’une importante manifestation de l’intérêt de l’Eglise Catholique pour la position sociale de l’esclave au Brésil. Il admet cependant que quelques missionnaires qui prêchèrent contre l’esclavage furent bannis du pays, et le fait que, même des religieux séculiers et réguliers possédèrent des esclaves à leur service. Derrière les apparences, il montre finalement ce que l’Eglise Catholique réalisa et s’abstint de faire en faveur des esclaves au Brésil.