Trabalhadoras e agrotóxicos no submédio São Francisco

Autores

  • Adélia de Melo Branco
  • Semira Adler Vainsencher

Resumo

Este artigo objetiva evidenciar o dilema enfrentado pelas trabalhadoras rurais, em Petrolina, Pernambuco, entre a exposição aos agrotóxicos e a necessidade de sobrevivência. A maior parte delas confirmou trabalhar, durante a aplicação de agrotóxicos, e sentir uma variedade de sintomas em decorrência disso. Paradoxalmente, elas defendem o uso de agrotóxico nas plantações, afirmando que eles são imprescindíveis para a obtenção de boas colheitas, garantindo-lhes trabalho e renda. Logo, a questão que se apresenta, não é “ter ou não ter saúde”, mas “ter ou não ter trabalho”. Se a saúde e trabalho não caminham lado a lado, isto é um problema que diz respeito, apenas, às trabalhadoras. Portanto, para garantirem o pão-de-cada-dia, elas têm que defender a utilização do “veneno”, mesmo que ele lhes retire, pouco a pouco, a saúde ou, até, que, precocemente, possa finalizar suas vidas. The objective of this paper is to show the dilemma women agricultural workers face as they are exposed to pesticides and yet have to work to fulfill their survival needs. Strange as it can be, the majority of them was in favour of the use of pesticides. They claimed that chemical products are needed to assure good crops and, therefore, to guarantee their jobs and income. The issue is not “to be or not be healthy”, but “to be or not to be employed”. If health and work are not treated equally, this is a problem only of the workers. As a result, in order to guarantee their “bread”, the women agricultural workers have to defend the use of “poison” even though it affects their health or takes away their lives.

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Publicado

06/08/2011

Como Citar

Branco, A. de M., & Vainsencher, S. A. (2011). Trabalhadoras e agrotóxicos no submédio São Francisco. Cadernos De Estudos Sociais, 17(1). Recuperado de https://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1270

Edição

Seção

Artigos - número 2