A região Norte em transformação: desafio ao desenvolvimento sustentável

Resumo

O presente artigo estuda as transformações que ocorreram no Norte do Brasil nas décadas de setenta e oitenta. Resume-se o papel do Estado nestas transformações, traçando as primeiras iniciativas de 1957-1960, passando dos projetos de colonização para a opção pela Zona Franca de Manaus. Depois, examinam-se as características das transformações, desde o crescimento da extração mineral e da indústria de transformação, à concentração crescente da propriedade rural, e à transformação gradativa da natureza de serviços oferecidos na região, bem como o impacto social destas transformações. Observa-se que o desenvolvimento sustentável não tem sido ainda realizado durante este processo, diante de opções que aplicaram uma perspectiva de curto prazo na disposição de reservas minerais e florestais, o uso de incentivos governamentais para projetos agrícolas que apresentaram pouco retorno social, e estratégias industriais baseadas em alto consumo de energia e poucas daquelas ligações para trás e para frente que poderiam estabelecer bases permanentes de estímulo para a economia local, estadual e nacional. This article studies the transformations occurring in the North of Brazil during the 1970s and 1980s. It summarizes the role of the State in these transformations, traceable to the first initiative occurring from 1957-1960, passing from projects of colonization to the option for the large firm, leading to the establishment of the SUFRAMA, SUDAM and Zona Franca de Manaus. Next, the characteristics of the transformations are examined, including the growth of mineral extraction and the industry of transformation, the concentration of rural property, with a gradual transformation in the nature of services offered, as well as the social impact of these transformations. It is observed that sustainable development is a goal nor yet realized during this process, given options which have tended to dispose of mineral and forest reserves in a short term perspective, with government incentives offered for agricultural projects with little social return, and industrial strategies which are based on high consumption of energy consumption, and few backward and forward linkages in the local, state, even national economy.