Pernambuco marítimo: o Recife e a economia mundial

Autores

  • Vamireh Chacon

Resumo

RESUMO O Recife era, desde o início da colonização brasileira, o elo nordestino, na integração da região com o mundo. A presença flamenga marcaria para sempre, mais que qualquer outra, o Pernambuco Marítimo. O Recife deu enormes passos em amadurecimento da sua economia mundial por conta dos flamengos-holandeses. Isto não podia deixar de ter repercussões políticas desde seu capitalismo nascente ao seu liberalismo. Situação muito complexa, a da luta pelo domínio oceânico no século XVII, na qual se situa o desabrochar quase hanseático do Recife no contexto da economia-mundo do Pernambuco Marítimo. Caracterizava a época da passagem de colônia à independência política o dilema econômico entre o monopólio e o comércio livre. O monopólio estatal, ou paraestatal apresentava-se como argumento de aceleração do desenvolvimento. Mas se os monopólios não funcionaram a contento, o livre comércio também não tinha condições para impor-se, nem em Lisboa – numa ponta, nem no Recife, na outra. O Recife disputava o segundo lugar, das exportações e importações com a Bahia, logo após o Rio de Janeiro. O apogeu quase hanseático do Recife escondia a fraqueza do Pernambuco Marítimo, que apresentava um caso típico de desenvolvimento dependente, que não tendia à interdependência. Todos os seus investimentos eram estrangeiros, principalmente britânicos. Por mais de um século, a maior parte do comércio do Porto do Recife tinha sido efetuado por ingleses. A economia-mundo recifense era demasiado frágil para enfrentar os oligopólios estrangeiros de exportação e importação. A burguesia mercantil, quase hanseática, declinaria rapidamente, embora deixando alguns resíduos de riqueza investidos principalmente na indústria têxtil. O esvaziamento econômico do Nordeste ultimamente tem piorado e, dentro dele, especialmente o do Pernambuco Marítimo, ficando sua capital, o Recife, como a mais inchada, na expressão de Gilberto Freyre, das cidades da região. ABSTRACT MaritimePernambuco: Recife and the world economy. v. 13, n. 1, p. 15-71, jan./jun. 1985. Since the beginning of the Brazilian Colonization, Recife was the Northeastern link in the integration of the region with the world. The Dutch presence would settle for more than everything else, the Maritime Pernambuco. Recife has developed very much her world economy because of the Dutch people. This fact would have political repercussion since her starting capitalism to her liberation. it was a very much complex situation that one of the struggle for the oceanic dominium in the seventeenth century, where the blossoming almost hanseatic of Recife is placed in the context of the economy-world of the Maritime Pernambuco. The economic dilemma between the monopoly and the free trading characterized the period of transforming the colony into political independence. The state monopoly or para-state was presented as the argument of increasing the development. But if the monopolies do not work out successfully, the free trading did not have enough conditions to impose itself, neither in Lisbon – nor in Recife. Recife disputed the second place in exportation with Bahia, soon after Rio de Janeiro which had the first place. The apogee almost hanseatic of Recife hid the weakness of Maritime Pernambuco, which presented a typical case of dependent development, which did not tend to inter-dependence. All its investments were ones mainly from England. For more than one century the biggest part of Recife harbour’s comerce, had been undertaken by the British people. The Recife economy-world was enough weak to face the foreigner oligopolis of exportation and importation. The mercantile bourgeoisie, almost hanseatic, would suddenly decay, although leaving some residues of wealthy invested mainly in the textile industry. The economic emptying of the Northeast has becoming worse and inside it that one of the Maritime Pernambuco, transforming its capital, Recife, the most swollen city of the region as Gilberto Freyre uses to say. RÉSUMÉ Pernambuco Maritime: Recife et l’économie mondiale. v. 13, n. 1, p. 15-71, jan./jun. 1985. Recife était dès le commencement de la colonisation brésilienne, le lien qui unit le Nordeste avec le monde entier. La présence flamande a beaucoup marqué Pernambuuco maritime. Recife a vécu de grands progrès dans la maturité de son économie mondiale à cause des Flamands – les hollandais. Cela n’était pas sans répercussions politiques depuis son capitalisme naissant jusqu’à son libéralisme. Une situation très complexe, celle de la lutte pour le domaine ocêanique au XVII siècle, pendant laquelle s’insère l’épanouissement presque hanséatique du Recife dans le contexte de l’économie-monde du Pernambuco maritime. Elle caractérisait la période de transition de colonie à l’indépendance politique, le dilemme économique entre le monopole et le libre commerce. Le monopole de l’état se présentait comme un motif de la vitesse du développement. Mais si les monopoles n’ont pas fonctionné le libre commerce n’avait pas de conditions de s’imposer ni à Lisbonne ni à Recife. Recife disputait la deuxième place, dans les exportations et importations avec Bahia, tout de suite après Rio de Janeiro. L’ápogée presque hanséatique du Recife renfermait la faiblesse du Pernambuco maritime, qui présentait un cas typique de développement dépendant. Ses investissements étaient tous étrangers, surtout britanniques. La plupart du commerce du port de Recife, pendant plus d’un siècle a été fait par les anglais. L’économie-monde du Recife était très fragile pour affronter les olygopoles étrangers d’exportation et importation. La bourgeoisie mercantile, presque hanséatique, déclinerait rapidement en laissant quelques restes de richesse inversés surtout dans l’industrie textile. L’évanouissement économique du Nordeste devient chaque fois plus fort en spécial celui de Pernambuco maritime. Sa capitale Recife reste comme la ville la plus gonflée de la région, selon l’expression de Gilberto Freyre.

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Como Citar

Chacon, V. (2011). Pernambuco marítimo: o Recife e a economia mundial. Ciência & Trópico, 13(1). Recuperado de https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/374

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ARTIGOS