Quando o território fala: narrativas quilombolas e percepções sobre mudanças climáticas na Amazônia Atlântica
DOI:
https://doi.org/10.33148/ctrpico.v49i2.2676Resumo
Este artigo examina como moradores do Quilombo São José do Matapi, na cidade de Macapá - Amapá, na Amazônia Atlântica, constroem significados para as mudanças climáticas e para o território que habitam a partir de práticas educomunicativas. Com base no referencial das representações sociais, do diálogo freireano e da justiça climática situada, realizamos estudo qualitativo exploratório composto por 30 entrevistas curtas (diagnóstico local), registros de campo e 41 formulários de avaliação de quatro sessões audiovisuais seguidas de rodas de conversa. As respostas abertas foram analisadas por meio de análise de conteúdo temática descritiva com codebook enxuto, cálculo de frequências e identificação de coocorrências úteis. Os achados, organizados em cinco eixos, são descritivos e situados: (1) consciência socioambiental (menções recorrentes a “antes/hoje” e responsabilidades compartilhadas); (2) percepção de riscos (irregularidade das chuvas, calor, queimadas/fumaça e alusões pontuais à água e saúde); (3) relação simbólica com o território (pertencimento ao rio/marés e memórias locais); (4) práticas comunicativas e educativas (menções à escola e reconhecimento do debate como espaço de reflexão); e (5) engajamento comunitário (indícios esporádicos de ações coletivas). Os resultados oferecem subsídios qualitativos para ações de adaptação e educação ambiental contextualizadas, evidenciando a importância de mediações dialógicas que reconheçam as vozes quilombolas na leitura do clima e do território.
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