Paremiologia e linguagem na ficção Machadiana

Autores

  • Reginaldo Guimarães

Resumo

RESUMO Estudando o fato folclórico como manifestação sociológica, Poviña enumera a linguagem entre os elementos de primordial importância na identificação de uma cultura. Referimo-nos não à linguagem erudita, formal, mas à criação de minorias culturais, geralmente ágrafas que resistem ao lado de expressões eruditas. Nenhum escritor, artista plástico ou compositor que deseje documentar a sociedade e o tempo em que vive, pode desprezar o veio riquíssimo da contribuição popular. Machado de Assis não fugiu à regra dos que procuraram na ficção a vida de sua época, sendo considerado um dos nossos maiores puristas. A sua linguagem sentiu o influxo ambiental e popularesco da oralidade. Se mergulharmos no cerne da ficção Machadiana depararemos com um abrasileiramento bastante acentuado. Em sua ficção, encontramos um bom número de elementos paremiológicos (refrãos, adágios, ditados, expressões proverbiais) todos significando o mesmo fato folclórico. Como bom observador, ele percebeu o tesouro contido nos “refrãos” e não os desprezou enriquecendo a gama antropológica e cultural de sua ficção, tornando sua prosa menos aristocrática, amenizando a dureza do classicismo ultraconservador. Em várias de suas obras, através de adágios a provérbios, ele demonstra a importância que dava ao tino crítico do povo. Como um folclorista de hoje, aquilatava com veracidade o papel do zé-povinho na engrenagem de qualquer comunidade. Machado da Assis adjudicou o “saber vulgar” ao seu estilo de maneira consciente por melhor enriquecer o conteúdo popular e para conseguir um registro mais verossimilhante da sociedade que documentou. ABSTRACT Proverbs and language in the Machado de Assis'fiction. v. 9, n. 1, p. 97-104, jan./jun. 1981. Studying the folkloristic fact as a sociological manifestation, Povinã specifies the language between the elements of great importance in the identification of a culture. We refer not to the erudite and formal language, but to the creation of cultural minorities, generally not written ones, which resist by the side of erudite expressions. None writer, plastic artist or composer who wants to document the society and the time where he lives, may reject the very rich basis of the popular contribution. Machado de Assis followed the rule of those who searched life of his epoch in the fiction, being considered one of our best purists. His language has been influenced by the environmental and popular influx of the way speaking. If we go to the heart of Machado’s fiction, we will face a strong enough Brazilian style. In his fiction we find a good number of proverbial elements (refrains, adages, proverbs, proverbial expressions) all of them meaning the same folkloristic fact. As a good observer he discovered the treasure that is in the refrains and he didn't reject them, enriching the anthropological and cultural gamut of his fiction, making his prose less aristocratic, alleviating the hardness of the ultraconservative classicism. He demonstrates in several of his works, through adages and proverbs, the importance that he gave to the critical sense of the people. As a folklorist of nowadays he truly analyzed the role of common people in any community Machado de Assis consciously attributed the "saber vulgar" (ordinary knowing) to his style because it enriches better the popular content and to get a more veritable register of the society which he documented. RÉSUMÉ Parémiologie et langage dans la fiction da Machado da Assis. v. 9, n. 1, p. 97-104, jan./jun. 1981. En étudiant la fait folklorique comme une manifestation sociologique, Poviña cite le langage comme un élément de grande importance pour l’identification d’une culture quelconque. Nous ne nous rapportons pas au langage érudit, formel, mais aux créations par des minorités culturelles généralement pas écrites qui résistent au temps à coté des expressions érudites. Aucun écrivain, artiste plastique ou compositeur qui désire documenter la société et l’époque où il vit ne peut mépriser le filon très riche qui c’est la contribution populaire. Machado de Assis n’a pas fui à la régle de ceux qui ont cherché dans la fiction la vie de son époque, étant consideré l'un de nos plus grand puriste. Le langage a subi l’influx de l’espace et de la popularité de oralité. Si nous nous plongeons dans le cerne de la fiction "Machadienne" nous serons tout à coup devant un langage particulièrement brésilien. Dans sa fiction, on trouve un grand nombre d’éléments parémiologiques (sentences, adages, dictons et proverbes) signifiant tous le même fait folklorique. Comme un bon observateur, il s’est aperçu du trésor contenu dans les "proverbes” et il ne les a pas méprisés, enrichissant la gamme anthropologique et culturelle de sa fiction, rendant sa prose moins aristocratique, rendant douce la dureté du classicisme ultra-conservateur. Il témoigne dans ses oeuvres, à travers plusieurs adages et proverbes, l’importance du jugement critique du peuple. Comme un folkloriste contemporain il évaluait avec véracité le rôle du “zé povinho” (peuple) dans une communauté. Machado de Assis, attribuait consciemment la “sagesse-vulgaire” à son style parce qu’il enrichit mieux le contenu populaire et il obtient ainsi un registre plus fidèle de la société qu’il a documenteé.

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Como Citar

Guimarães, R. (2011). Paremiologia e linguagem na ficção Machadiana. Ciência & Trópico, 9(1). Recuperado de https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/256

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ARTIGOS