Epistemologia da ignorância

Tipologia e possíveis contribuições para a Filosofia da Ciência

Autores

  • Heitor Matallo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

DOI:

https://doi.org/10.33148/ctrpico.v49i1.2537

Resumo

Conhecimento é entendido como o oposto de ignorância. O mundo ocidental, desde os seus primórdios, luta por obter conhecimento e vencer a ignorância. Isso levou à ideia de que a ignorância não é um objeto do conhecimento e a epistemologia (bem como a Filosofia da Ciência) não devotou uma linha sequer a esse tema até meados dos anos 1980. O conhecimento tem sido sinônimo de razão, o que também se opõe à ignorância como um fato epistêmico. Neste artigo vamos discutir o tema da ignorância e de como ela pode se transformar numa epistemologia. Vamos mostrar brevemente a tipologia da ignorância e seus aspectos negativos, como a ausência de conhecimento, falsas perspectivas ativamente sustentadas, a chamada ignorância pluralística e aquela entendida como uma prática epistêmica substantiva. Vamos mostrar também que a ignorância pode ter um aspecto positivo: esta é a ignorância estratégica, que pode ser utilizada por indivíduos ou grupos vitimizados como uma estratégia de sobrevivência. Discutimos também o trabalho de Charles Mills sobre o contrato racial e de como a ignorância branca impregna de racismo a sociedade ocidental desde o Iluminismo. As diferenças entre ignorância e estupidez são mencionadas, bem como a importância de sua superação para a política e a convivência democrática.

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Biografia do Autor

Heitor Matallo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

 Doutor em Ciências Sociais - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

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Publicado

2025-06-18

Como Citar

Matallo, H. (2025). Epistemologia da ignorância: Tipologia e possíveis contribuições para a Filosofia da Ciência. Ciência & Trópico, 49(1). https://doi.org/10.33148/ctrpico.v49i1.2537

Edição

Seção

ARTIGOS