D. Catarina Barreto e a retirada de 1635
Resumo
RESUMO Em seu prefácio às Pernambucanas ilustres, livro que se encontra hoje entre as nossas raridades bibliográficas, Regueira Costa faz menção especial às pernambucanas que emigraram para a Bahia, e, entre elas D. Catarina Barreto. Filha de senhor de engenho, recebeu por dote paterno o engenho Jurissaca e outros bens, que constituíram avultada fortuna. Casou com D. Luís de Souza Henriques, “...que passou assim descançadamente e na mais feliz abastança todo o resto de sua vida”. Participando da retirada de 1635, D. Catarina então viúva, teve que abandonar juntamente com os filhos, o engenho. Sob o comando de Matias de Albuquerque, começou a retirada de 1635, estrategicamente organizada e por ele conduzida. Assim viajou um mês D. Catarina, aos trancos e barrancos, num carro de boi que emperrava nos atoleiros e nos areais, dias inteiros debaixo de aguaceiro, precárias dormidas, mais de vigília que de sono, perturbado pelos maruins e pernilongos. As privações por que passaram os migrantes foram terríveis, num meio tropical ainda cru e hostil. Contavam-se cerca de oito mil refugiados que partiram de Sirinhaém entre homens e mulheres. Ao chegarem ao povoado de Alagoas do Sul, se dispersaram. Cada um tomou o caminho que lhe foi indicado por parentes e amigos. Presume-se que D. Catarina tenha ido para a Bahia. Depois retornou a Pernambuco onde ainda hoje existe o seu túmulo. ABSTRACT D. Catarina Barreto and the withdrawal of 1635. v. 7, n. 1, p. 21-44, jan./jun. 1979. Regueira Costa in his foreword in Pernambucanas ilustres, book which is among our bibliographic rarities, he emphasizes the Pernambuco people who immigrated to Bahia and among them D. Catarina Barreto. She was a master´s daughter and inherited from her father the Jurissaca sugar mill and other belongings, which constitute a big fortune. She married D. Luís de Sousa Henriques “... who calmly and wealthily lived all the rest of his life”. Taking part of the withdrawal of 1635, D. Catarina then a widow, had to forsake the sugar mill with her children. The withdrawal of 1635 started under the command and leadership of Matias de Albuquerque. Thus, D. Catarina travelled a month, by leaps and bounds, by ox car which stuck in muddy places and in sands. She spent the whole days under the heavy rains, slept very badly most of the time watching around and being disturbed by the mosquitoes. The refugees of 1635, crossed terrible necessities and dangers in a tropical and wild environment. They were about eight thousands of migrants among widows, married women, young ladies, “sinhás” and “sinhazinhas” (housewives and daughters) who left Sirinhaém. They were separated when they arrived at Alagoas do Sul, each one followed the direction that was given by their relatives and friends. It is supposed that D. Catarina has gone to Bahia. After that, she returned to Pernambuco where her tomb is. RESUMÉ D. Catarina Barreto et la retraite de 1635. v. 7, n. 1, p. 21-44, jan./jun. 1979. Dans la préface de son livre Femmes illustres de Pernambuco, livre qui est aujourd’hui parmi nos raretés bibliographiques, Regueira Costa cite surtout les femmes qui émigrèrent à Bahia, et, parmi celles-ci D. Catarina Barreto. Fille d’un agriculteur, son père lui donna en dot le “engenho” Jurissaca(1) et d’autres biens qui représentaient une fortune considérable. Elle se maria avec D. Luis de Sousa Henriques “...qui de cette façon passa le reste de sa vie dans la plus heureuse abondance et tout repos”. D. Catarina prit part à la retraite de 1635, et alors veuve, elle abandonna avec ses enfants l’“engenho”. Sous le commandement de Matias de Albuquerque commença la retraite de 1635 stratégiquemnent organisée et commandée par lui-même. Ansi, D. Catarina voyagea pendant un mois à grand peine dans une voiture tirée par des boeufs qui s’enfonçait dans la boue et le sable, restant des jours entiers sous les averses et passant la plupart du temps à veiller et à dormir, et dont le sommeil précaire était encore dérangé par les moustiques. Les privations par lesquelles passèrent les émigrants furent terribles, dans un milieu tropical sylvestre encore sauvage et hostile. On comptait environ huit mille réfugiés, hommes et femmes, qui quittèrent Sirinhaém. En arrivant à Alagoas du Sud, ils se dispersèrent. Chacun prit le chemin qui lui fut indiqué par des parents et des amis. On présume que D. Catarina alla à Bahia. Après elle revint à Pernambuco où son tombeau existe encore aujourd’hui. (1) engenho signifie une plantation de canne à sucre où se trouve une raffinerie rustique.Downloads
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Como Citar
Andrade, G. O. de. (2011). D. Catarina Barreto e a retirada de 1635. Ciência & Trópico, 7(1). Recuperado de https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/207
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Seção
ARTIGOS