Some reflections for a study on labor underutilization (Algumas reflexões para um estudo sobre sub-utilização de mão-de-obra)

Autores

  • Clóvis Cavalcanti

Resumo

RESUMO Uma das principais características associadas à situação de sub-desenvolvimento refere-se à existência nas economias subdesenvolvidas de fator trabalho em oferta abundante, sobretudo no setor agrícola, preconizando-se a industrialização para melhorar a alocação de recursos. Tal recomendação implica a admissão de que os membros da força de trabalho estejam inclinados a mudar de ocupação. Algumas dificuldades conceituais subsistem na discussão sobre o problema de trabalho em ofertas ilimitadas, acarretando certos desencontros entre medições do subemprego e recomendações de política econômica com o quadro de referência teórica. Dois pontos a merecerem atenção neste particular ligam-se à questão das preferências individuais e à dos níveis nutritivos que estão por trás da disponibilidade de mão-de-obra em escala abundante. Quanto ao primeiro ponto, raciocina-se via de regra com a suposição de que os trabalhadores permaneçam involutariamente ociosos ou sub-utilizados. Introduz-se a possibilidade de ocorrer o contrário, isto é, os trabalhadores preferirem a ociosidade, em virtude de problemas relativos a valores, hábitos e atitudes, e de influências ponderáveis de elementos da dieta alimentar. Chegou-se à conclusão de que, se o trabalho ocioso não existe involuntariamente, a simples criação de oportunidades de emprego não resolverá o problema. Será necessário divisar meios de se modificarem escalas individuais de preferência, em larga medida envolvendo atuação na esfera dos níveis nutricionais. ABSTRACT Some reflections for a study on labor under-utilization. v. 2, n. 1, p. 113-124, jan./jun. 1974. One of the main characteristics associated with a situation of underdevelopment refers to the existence in the underdeveloped economies of labor in abundant supply. This happens chiefly in the rural sector, industrialization representing one of the measures generally called for the improve resources allocation. This implicates that the members of the work force be inclined to change occupation. Some conceptual difficulties remain in the discussion on the problem of unlimited supply of labor, being responsable for certain inconsistencies between the measurement of underemployment and policy recommendations, on the hand, and the theoretical framework, on the other. Two points which constitute the gist of this paper deserve attention here, namely the question of individual preferences and the nutrional levels that are behind the existence of an over-supply of labor. As to the first point, it is in general supposed that workers remain involuntarily idle or underutilized. In this study a possibillity to the contrary is introduced, i.e., workers may prefer idleness under the influence of problems related to values, habits and attitudes, as well as of elements determined by food diet. Such topics are discussed, leading to the conclusion that, the idle labor does not exist involuntarily, the simple creation of employment opportunities will not solve the problem. It will be needed to divise means to modify individual preference scales, to a large measure requiring an interference in the sphere of nutrional levels. RESUMÉ Quelques réflexions pour une étude sur la sous-utilisation de la main-d’oeuvre. v. 2, n. 1, p. 113-124, jan./jun. 1974. Une des principales caractéristiques associées à la situation de sous-développement se raporte à l’existence dans les économies sous-développées du facteur travail en offre abondante, surtout dans le secteur agricole, l’industrialisation étant préconisée pour l’amélioration de l’allocation de recours. Une telle recommendation implique d’admettre que les members de la force de travail sont enclinés à changer d’occupation. Quelques difficultés conceptuelles subsistent dans la discussion sur le problème du travail en offre illimité, ocasionant certains problèmes entre l’évaluation du sous-emploi et les recommendations de politique économique avec le cadre de référence théorique. Deux points à ce sujet méritent attention, liés à des questions de préférences individuelles et aux niveaux nutritifs qui se trouvent à la base de la disponibilité de main-d’oeuvre en grande échelle. Quant au premier point, on suppose en général que les travailleurs restent involontairement inactifs ou sous-utilisés. Le contraire peut arriver, c’est à dire que les travailleurs préfèrent l’inactivité, en conséquence des problèmes relatifs aux valeurs, aux habitudes et attitudes, et d’influences pondérábles d’éléments de diète alimentaire. La simple création d’opportunités d’emploi ne résoudra pas le probléme. Il faudra trouver les moyens de modifier les échelles individuelles de préférences, dans une large mesure demandant une action dans la sphère des niveaux nutritionnels.

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Como Citar

Cavalcanti, C. (2011). Some reflections for a study on labor underutilization (Algumas reflexões para um estudo sobre sub-utilização de mão-de-obra). Ciência & Trópico, 2(1). Recuperado de https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/132

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ARTIGOS